quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Espiral do Conhecimento

Segundo alguns autores existem quatro modos de converter o conhecimento, a saber: socialização, internalização, externalização e combinação. Vamos comentar um a um:


Socialização

É a conversão do conhecimento tácito em conhecimento tácito. Para ele ocorrer é preciso que haja uma interação entre indivíduos que, de alguma forma estimulados, passam a compartilhar seus conhecimentos, ou seja, suas habilidades, experiências, idéias, percepções, etc. Um indivíduo pode adquirir este conhecimento de outro, mesmo sem usar alguma linguagem, pois pode ser adquirido através da observação, imitação ou prática. Um bom exemplo seria a relação existente, numa empresa, entre um estagiário e o seu orientador.
Um outro exemplo interessante é a pesquisa de comportamento de clientes, pois quando se obtêm informações deste tipo, elas podem ser incorporadas aos produtos / serviços, gerando customizações e inovações, gerando resultados mais bem sucedidos do que aqueles tradicionais questionários de satisfação do cliente.

Externalização

É a conversão do conhecimento tácito em conhecimento explícito. Ou seja, busca-se transformar o conhecimento do indivíduo em um conhecimento articulado e transmissível.
A idéia é que o indivíduo transmissor expresse o seu conhecimento tácito em uma linguagem escrita ou alguma representação (por exemplo: gráficos, símbolos ou outros recursos) de forma que se consiga passar este seu conhecimento a outro indivíduo dito receptor.
Mas neste processo pode haver perdas até consideráveis, pois vai depender muito da clareza, da habilidade de comunicação do individuo que irá transmitir seus conhecimentos e também da capacidade de assimilação do receptor.
Este processo é muito importante dentro do processo de conversão do conhecimento, pois ele cria conceitos novos e explícitos, a partir do conhecimento tácito. É através da ´externalização´ que a organização poderá conseguir mapear o conhecimento tácito e torná-lo aplicável aos seus processos.
Um bom exemplo é a fabricação de cartuchos descartáveis de impressora, onde se empregou a mesma idéia da fabricação das latas descartáveis de cervejas.

Combinação

É a conversão do conhecimento explícito em conhecimento explícito. É possível quando os conhecimentos explícitos existentes podem ser combinados para gerar um novo conhecimento. Isto pode acontecer quando indivíduos combinam ou trocam conhecimentos através de e-mails, reuniões, documentos e até em conversas informais.
Um exemplo é quando um analista desenvolve um trabalho, como um resumo de vendas / indicadores, baseado em informações que coletou em diversas áreas da organização e o apresenta aos gerentes em uma rotineira reunião semanal. O trabalho gerado representa um novo conhecimento, pois resume informações de variadas fontes. Isto quer dizer que a ´combinação´ consiste em gerar novos conhecimentos através de processos de acréscimo de informações, classificações ou mesmo categorização do conhecimento explícito apresentado.

Internalização

É a conversão do conhecimento explícito em conhecimento tácito. Ele é criado através da interpretação dos conhecimentos explícitos que estão em manuais, livros, normas, comunicados e diversos tipos de documentos que estão na empresa.
Ele influencia diretamente a cultura do indivíduo receptor, podendo modificar seu comportamento profissional e até mesmo pessoal.
Desta forma quando um novo conhecimento é disponibilizado para todos da organização muitos outros indivíduos ampliam ou reformulam o seu conhecimento tácito, ou seja, passam a internalizá-los.
A ´internalização´ pode ser classificada como a forma de obter o conhecimento tácito ou ´know-how´, que deverá ser colocado em documentos visando a facilitar a transferência para outras pessoas.

A espiral do conhecimento

Podemos imaginar uma espiral. É exatamente isto que agora irá acontecer com o conhecimento. Ao se chegar nesta etapa, os processos novamente se iniciam, ou seja, o conhecimento explícito, que anteriormente fora ´internalizado´, vai agora ser ´socializado´ novamente, disponibilizando-o aos funcionários, fazendo com que o conhecimento seja efetivado enfim, exatamente como uma espiral. Afinal a criação do conhecimento é um processo dinâmico e contínuo.
Podemos imaginar a espiral do conhecimento na seguinte sequência: através da socialização, o conhecimento tácito é trocado e posteriormente convertido em explícito, através da externalização. Iniciando o processo de combinação, este novo conhecimento recém adquirido é combinado ao já existente gerando novos conhecimentos para a organização. Finalmente este novo conhecimento será internalizado e transformado em manuais, documentos, normas, etc. fazendo com que todo o processo se reinicie, através da socialização começando tudo de novo.

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